Quando falamos em falência, muitas dúvidas surgem especialmente entre os donos de pequenos negócios e aqueles que dependem diretamente da estabilidade da empresa para manter sua renda. Por isso, entender o que é falência e como ela afeta os contratos de trabalho é essencial tanto para quem emprega quanto para quem é empregado.

De forma direta, se a empresa falir o que acontece com os funcionários é o seguinte: todos os vínculos empregatícios são encerrados automaticamente, e os trabalhadores passam a ter direito ao recebimento das verbas rescisórias, assim como ocorre numa demissão sem justa causa.
Isso ocorre porque, ao decretar falência, a empresa perde a capacidade de continuar operando legalmente. Nesse cenário, um administrador judicial assume a gestão do processo, e os colaboradores passam a ser considerados credores com prioridade legal ou seja, têm preferência na fila de pagamentos.
É importante destacar que, mesmo diante das dificuldades financeiras, a falência não anula os direitos trabalhistas. Salários atrasados, férias vencidas, 13º proporcional, aviso prévio e a multa do FGTS continuam sendo devidos. Além disso, os funcionários também podem solicitar o seguro-desemprego, desde que cumpram os requisitos legais.
Portanto, embora a falência represente um momento delicado, os direitos do trabalhador estão protegidos por lei. Para o empreendedor, isso reforça a importância de manter uma gestão financeira preventiva e responsável, evitando que a empresa chegue a esse ponto.
O que é Falência
Antes de entender o que acontece com os funcionários, é fundamental compreender o que é falência. Falência é um processo judicial que ocorre quando uma empresa não consegue mais cumprir com suas obrigações financeiras como pagar fornecedores, impostos, salários e outras dívidas. Ou seja, é o reconhecimento oficial de que o negócio se tornou economicamente inviável.
Na prática, isso significa que a empresa entra com um pedido na Justiça ou é acionada por um credor, e, após análise, o juiz decreta a falência. A partir desse momento, o controle das finanças e dos bens passa para um administrador judicial, que será responsável por organizar o pagamento dos débitos, de acordo com uma ordem de prioridade prevista em lei.
É importante destacar que falência não acontece da noite para o dia. Ela costuma ser resultado de uma sequência de problemas: descontrole financeiro, falta de planejamento, aumento de dívidas, queda nas vendas ou até mesmo crises externas, como mudanças no mercado ou na economia.
Para quem empreende, especialmente com estrutura enxuta, entender esse processo é essencial. Saber o que é falência permite reconhecer sinais de alerta com antecedência e adotar medidas para evitar que a empresa entre nessa situação.
Assim, quando se pergunta “se a empresa falir o que acontece com os funcionários”, é preciso lembrar que esse desfecho é o ponto final de um processo que poderia, muitas vezes, ser prevenido com gestão e planejamento adequados.
Direitos trabalhistas garantidos em caso de falência
Quando se discute o que é falência, é comum surgirem preocupações sobre os impactos nos funcionários. E a pergunta que muitos fazem é: se a empresa falir o que acontece com os funcionários? A resposta é clara apesar da situação ser delicada, os direitos trabalhistas continuam assegurados por lei.
A legislação brasileira garante que os empregados sejam considerados credores prioritários no processo de falência. Isso significa que eles estão no topo da lista para receber valores devidos, antes mesmo de fornecedores e instituições financeiras.
Veja a seguir os principais direitos mantidos:
- Salários atrasados: todos os valores devidos até a data da falência devem ser pagos.
- Aviso prévio: mesmo com a extinção imediata do contrato, o trabalhador tem direito à indenização correspondente.
- Férias vencidas e proporcionais: acrescidas do 1/3 constitucional, como manda a CLT.
- 13º salário proporcional: referente ao período trabalhado no ano da falência.
- Multa de 40% sobre o FGTS: além do direito ao saque do valor depositado no fundo.
- Seguro-desemprego: caso o trabalhador se enquadre nos critérios exigidos.
É importante entender que, no processo de falência, os pagamentos podem não ser imediatos, pois dependem da arrecadação dos bens e recursos da empresa. No entanto, a prioridade dos créditos trabalhistas é uma proteção legal importante.
Saber o que é falência e como ela se reflete nos direitos dos colaboradores é essencial para qualquer gestor responsável. Já para o trabalhador, conhecer esses direitos ajuda a buscar as compensações devidas com mais segurança e rapidez.
Leia também nosso artigo quanto custa um funcionário CLT.
Como e quando os funcionários recebem o que lhes é devido
Entender o que é falência vai além de saber que a empresa está encerrando as atividades é também compreender como ocorre o pagamento das dívidas, especialmente as trabalhistas. Afinal, se a empresa falir o que acontece com os funcionários no aspecto financeiro é uma das maiores preocupações nesse tipo de situação.
Após a decretação da falência, o processo passa a ser conduzido por um administrador judicial, que é nomeado pelo juiz responsável. Esse profissional será encarregado de identificar os bens da empresa, avaliar seu patrimônio e organizar a lista de credores e os funcionários entram nessa lista com prioridade legal.
Mas quando o dinheiro é, de fato, liberado?
A resposta depende da liquidação dos ativos da empresa, ou seja, da venda de bens como imóveis, veículos, estoques ou até mesmo equipamentos. Com os recursos arrecadados, o administrador judicial inicia os pagamentos conforme a ordem definida na Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005).
Nessa ordem, os créditos trabalhistas até o limite de 150 salários mínimos por trabalhador são pagos antes de praticamente todas as outras dívidas. Isso garante maior segurança jurídica para quem foi empregado.
No entanto, é importante destacar que os valores não são depositados automaticamente o trabalhador precisa acompanhar o processo e, muitas vezes, apresentar documentos ou se habilitar na Justiça do Trabalho para garantir seu lugar na fila de pagamentos.
Portanto, ainda que o caminho possa ser burocrático, os direitos existem e podem ser recuperados. Saber o que é falência e como ela afeta a ordem de quitação dos débitos é essencial para quem quer proteger seus colaboradores ou buscar seus próprios direitos com mais agilidade.
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O que fazer se a empresa falir e não pagar os funcionários
Nem sempre o processo de falência garante o pagamento imediato dos valores devidos aos trabalhadores. E é justamente nesses casos que surge a dúvida: se a empresa falir o que acontece com os funcionários quando o pagamento não é feito?
A primeira coisa a entender é que, mesmo que a empresa esteja formalmente falida, o direito ao recebimento das verbas rescisórias não é anulado. A legislação assegura a prioridade dos créditos trabalhistas, como vimos nos itens anteriores. No entanto, se o pagamento não ocorrer dentro do prazo esperado, é preciso agir com estratégia e conhecimento.
Veja o que fazer:
- Reúna toda a documentação: contracheques, contrato de trabalho, carteira assinada, comprovantes de depósitos de FGTS e qualquer outro registro da relação empregatícia.
- Procure o sindicato da categoria: eles costumam ter orientações específicas e até ações coletivas em andamento, o que pode agilizar o processo.
- Acompanhe o processo de falência: o processo judicial da empresa estará disponível para consulta pública no site do tribunal regional. Isso permite verificar em que fase estão os pagamentos.
- Habilite-se como credor trabalhista: se ainda não estiver na lista oficial de credores, é possível pedir a inclusão apresentando seus documentos na Justiça do Trabalho.
- Consulte um advogado ou defensor público: se houver resistência no pagamento, o caminho mais seguro é entrar com uma ação judicial para garantir seus direitos.
Lembrando que, no Brasil, o prazo para reclamar direitos trabalhistas é de até dois anos após o término do contrato de trabalho. Por isso, quanto antes o trabalhador agir, maiores são as chances de garantir aquilo que lhe é devido.
Saber exatamente o que é falência e como funciona o processo ajuda a tomar decisões com mais clareza e rapidez. E, mais importante, protege o trabalhador de perder seus direitos por falta de informação ou orientação adequada.
Plano de ação: como empresas podem evitar chegar à falência
Evitar que um negócio entre em colapso financeiro é, sem dúvida, uma das maiores preocupações de qualquer empreendedor. Saber o que é falência e entender suas consequências principalmente no aspecto humano, como vimos ao longo deste artigo é o primeiro passo para se manter longe desse cenário.
Afinal, se a empresa falir o que acontece com os funcionários pode ser traumático não apenas para os colaboradores, mas também para a reputação e o legado do negócio. Por isso, prevenir é sempre melhor do que remediar. A seguir, veja um plano de ação simples e eficiente para reduzir os riscos de falência:
1. Organize suas finanças desde o início
Mantenha registros atualizados de entradas e saídas, separando finanças pessoais das empresariais. Um fluxo de caixa bem gerenciado é vital para antever problemas.
2. Faça planejamento estratégico e revise-o com frequência
Ter metas claras, indicadores de desempenho e planos de ação permite ajustes rápidos diante de cenários instáveis, como queda nas vendas ou aumento dos custos.
3. Evite o endividamento desnecessário
Antes de buscar crédito, avalie se há geração de receita suficiente para arcar com as parcelas. Dívidas mal planejadas são uma das principais causas de falência entre pequenos negócios.
4. Invista em relacionamento com clientes e fornecedores
Negociações transparentes, parcerias confiáveis e um bom atendimento fortalecem o negócio mesmo em momentos de crise.
5. Esteja sempre atento ao mercado
Mudanças no comportamento do consumidor, entrada de novos concorrentes e alterações na legislação podem afetar sua empresa diretamente. Antecipar-se é essencial.
6. Conte com apoio contábil e jurídico
Profissionais especializados podem ajudar a interpretar dados financeiros, identificar riscos e manter a empresa em conformidade com as obrigações legais e fiscais.
Implementar essas práticas não elimina todos os riscos, mas reduz significativamente a chance de que uma empresa precise entrar em processo falimentar. E mais do que proteger o negócio, essa postura demonstra responsabilidade com todos os envolvidos, incluindo os funcionários, que são peças fundamentais na construção de qualquer empresa de sucesso.